Seu Depoimento Aqui

segunda-feira, maio 31, 2010

Alô, Profissionais!

Sempre acreditei no aprendizado e nas frases do tipo: "o pior cego é o que não quer ver".
Tenho me deparado com este tipo de situação nos últimos dias, e tenho me decepcionado com vários tipos de profissionais, mais especificamente com os terapeutas (psicólogos e psiquiatras, ainda mais especificadamente) e com advogados.
Uma coisa é não conhecer a alienação parental, outra é ser levado a conhecer e ainda assim continuar à margem do assunto. Como se, continuando na ignorância, e contando com a desistência e cansaço de quem está alertando, as emoções, dores, sofrimentos fossem esquecidos ou minimizados.
É óbvio que é impossível a um profissional conhecer tudo de uma profissão; mas não é difícil, com um pouco de boa vontade, menos preconceito e mais interesse, escutar, pensar na possibilidade que está sendo levantada antes de colocá-la de lado.
Profissionais, abram suas mentes para a alienação parental!
Sou mãe

quinta-feira, maio 27, 2010

A Escolha de Sofia

Já viram o filme "A Escolha de Sofia", estrelado por Meryl Streep? Trata do dilema de "Sofia", uma mãe polonesa, filha de pai anti-semita, presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e que é forçada por um soldado nazista a escolher um de seus filhos para ser morto. Se ela se recusasse a escolher um, todos os filhos seriam mortos.
É um filme bonito, rendeu o Oscar de 1983 à Meryl Streep , mas é triste. A vida de Sofia foi marcada pela escolha. Que escolha? Ela teve escolha? Acredito que não.
Este tipo de poder de decisão não se pode, a meu ver, ser chamado de escolha. É cruel. É desumano.
Ela talvez tivesse tido apenas uma escolha: morrer naquele momento com os dois filhos ou arriscar viver e deixar viver um deles.
Em qualquer destas alternativas, ela estaria morta por dentro. Apenas respirando, mas seca.
Para pensar...
Sou mãe

terça-feira, maio 25, 2010

O Dia do Filho

Vamos fazer uma brincadeira de máscara?
Eu vou fazer-de-conta que sou filha, e você também, se é filho, troque de lugar com seu pai ou mãe; se pai ou mãe, se coloque no lugar de seu filho/filha.
No jogo de empurra-empurra, onde o "melhor interesse da criança" é a frase mais usada, onde você se coloca?
Como filho(a) você sente que seu pai e mãe estão realmente interessados em você, no seu bem-estar?
Me colocando no lugar de filha de pais separados, me vejo assustada, culpada, dividida e tentando achar um caminho que permita eu amar livremente meu pai e minha mãe.
Difícil, né? Amar meu pai e mãe com seus defeitos e qualidades já pode ser difícil, ainda mais quando há uma briga por mim, pelo espaço que ocupo, pela minha atenção... É, agora são eles os carentes de mim, são eles que sentem falta de mim, são eles que querem estar comigo, como se eu pudesse ser dividida ao meio.
Tem dias que queria ficar no meu canto, na minha casa, sem preocupação com a tristeza ou saudade de meu pai e de minha mãe.
Imaginem ter duas casas e não ter nenhuma em paz, ter pai e mãe sem poder aproveitar os dois onde eu quiser, e sim quando e onde eles decidem.
Filho sofre, viu?
Deveria ser criado o dia do filho.
Sou mãe no lugar do sou filho

domingo, maio 23, 2010

Nuvem do Cascão

Sabe aquela nuvenzinha da personagem Cascão, amigo do Cebolinha da turma da Mônica? Pois, é, assim que ocorre a com a alienação.
Só o Cascão sabe o tamanho do problema que é para ele ter de andar debaixo de uma nuvem de chuva.
Só o filho sabe o peso de carregar um alienador e um alienado sobre sua cabeça. "Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega."
Se o Cascão vai para o lado do pai, a mãe fica chateada. Se ele correr para o lado da mãe, o pai vai ficar chateado.
A nuvem está ali, pronta para derramar a tão assustadora chuva (para o Cascão ela tem proporções aterrorizantes). Lembremos que para uma criança, o mundo é visto de um prisma diferente do nosso, de adultos.

quinta-feira, maio 20, 2010

Mediação

Mediar, média, meio, ação... Estou fazendo um curso de mediação familiar, indicado por uma pessoa que faz mediação e tem bastante experiência em direito de família.
Estou no início da aprendizagem, mas talvez por acreditar na paz e no diálogo como única forma de alcançar a paz, me sinta uma mediadora nata, sem experiência prática especializada e sem muitos conhecimentos acadêmicos ainda, mas uma mediadora.
A negociação, por mais difícil que possa parecer, é um caminho menos doloroso para um filho envolvido pela nuvem pesada da alienação. Ao mesmo tempo, um caminho mais difícil para casais que não conseguem estabelecer contatos no mínimo respeitosos com o cônjuge ou ex-cônjuge.
É bem mais difícil negociar, ainda mais difícil quando se pensa em processo ganha-ganha, como deve ser o da mediação.
No caso de mediação entre casais com filhos, temos um ganha-ganha-ganha. É, vejo um triplo pódio, onde o vencedor mesmo é o filho, é a prole do casal.

segunda-feira, maio 17, 2010

Nó na garganta

Quando eu era criança, sentia muita saudade da minha terra natal, no interior do RS, onde passava todos meus dias de férias escolares. Voltava para Porto Alegre de ônibus, e quando enxergava as luzes da cidade brilhando ao longe, engolia um choro que escondia por vergonha de demonstrar meus sentimentos. Uma vez, de tanta segurar lágrimas e soluços, tive dor e um nó de garganta. Ao chegar em casa, sendo recebida por minha mãe, esta percebeu o motivo do meu nó na garganta e me abraçou. Poucos abraços e beijos recebi de minha mãe, mas esse eu jamais esqueci.
Como é bom ser entendido na dor sentida! Como é reconfortante só o fato de saber que tem alguém no mundo que te entende, apenas isso...
Meu amigo pai que enviou este depoimento, o teu silêncio falou por mil palavras... não publiquei no espaço "Seu depoimento" porque espero que um dia possas nos ajudar a compreender melhor a alienação parental falando dos teus sentimentos.
Transcrevo a tua fala aqui, em especial, por ter me dado um nó na garganta, revivendo sensações que vivi há muitos anos e que tenho revisitado nas emoções de pais, mães e filhos que sofrem ausências de seus familiares:
"Oi, te prometi um depoimento, mas acho que não vai rolar, é que sempre que começo a escrever sobre o assunto algo me trava.
Proteção, fuga, sei lá, só sei que não consigo escrever. É que todo o esforço que faço pra lembrar, faz parte de uma grande vontade de esquecer. "
Obrigada, viu?
Sou mãe

Emoção de comentários

Moderei alguns comentários há pouco, fiz alterações no layout do blog, estudei um pouco mais sobre blogs, tenho visto como é complicado obter informações de como organizar um blog para deixá-lo com jeito amigável. Mas, choros à parte, vambora!
Obrigada pelo carinho com que vocês - seguidores, leitores, amigos - têm tratado o meu projeto. São contribuições como sugestões, críticas, depoimentos, comentários e indicações de leituras que têm me ajudado a seguir em frente.

domingo, maio 16, 2010

Sugestão de leitura enviado por um seguidor

Olá, estava com saudade de escrever.
Recebi a sugestão de leitura de um artigo sobre adoção por casais homossexuais, que não tem diretamente a ver com AP, mas trago para pensarmos, pois os temas ligados aos direitos humanos têm tudo a ver com o futuro que queremos para nossos filhos.
"Brincadeira à parte, na nossa cultura, a condição básica de uma educação que não seja demasiado danosa é: os pais não devem querer que os filhos sejam seus clones.
Quando desejamos que nossos filhos sejam a cópia da gente, é para encarregá-los de compensar nossas frustrações: quero um filho igual a mim para que tenha o sucesso que eu não tive ou para que viva segundo regras que eu proclamo, mas nunca consegui observar. Pois bem, para criar e educar no interesse dos menores, é necessário fazer o luto dessas esperanças, que tornam as crianças escravas de nossos devaneios narcisistas.
Agora, a percentagem de homossexuais entre os filhos de casais homossexuais é igual à da média da população, se não menor. Ou seja, aparentemente, os homossexuais não têm a ambição de ver seus filhos se engajar na mesma "preferência" sexual que lhes coube na vida.
Em compensação, quem gosta mesmo de filho-clone são todos os fundamentalistas. É quase uma definição, aliás: fundamentalista é quem quer filhos tão fundamentalistas quanto ele.
Uma conclusão coerente seria: o interesse das crianças permite que elas sejam adotadas (e, portanto, criadas e educadas) por pais homossexuais e pede que a adoção seja proibida aos pais fundamentalistas evangélicos, por exemplo."

domingo, maio 09, 2010

Reverter ou inverter?

Preciso continuar acreditando na humanidade e na capacidade de passarmos por dificuldades e não repetirmos o que condenamos nos outros.
Explico melhor: se luto contra a alienação tenho o direito de alienar? Se suspeito de que uma criança está sendo vítima de alienação, posso, em nome da proteção do menor, aliená-la do alienador? Tenho o direito de apenas trocar o papel de alienada para alienadora? Inverter os papéis é justo para com o filho?
Até onde vai o direito de um pai ou de uma mãe e qual é o limite do 'interesse do menor"?
Estou preocupada com a minha responsabilidade enquanto mãe alienada e lutadora contra a AP, mas jamais quero perder a razão, a lucidez sobre questões tão delicadas como esta.
Sou mãe

sexta-feira, maio 07, 2010

Vitimização parental

Tenho conversado com "vítimas" de alienação parental (veja bem, não disse vítimas de síndrome de AP) e tenho observado o sentimento de "coitadismo" e vitimização que pais, mães e às vezes familiares de filhos alienados demonstram passar no decorrer do processo de alienação. Eu, como também passei por essa fase, posso agora, um pouco mais distante do papel de vítima, falar ao pé do ouvido para mães e pais que se sentem vitimados pela AP. A principal (e às vezes única) vítima mesmo é o filho, que pode ter que passar por situações muito constrangedoras, tais como brigas por guarda, por pensão alimentícia, visitação, etc.
Quem podemos chamar de vítima? Estou em busca de respostas, se alguém tiver algum fio de meada para puxar, sinta-se à vontade...

quarta-feira, maio 05, 2010

Consciência

Na véspera de meu aniversário posso dizer que fazia muitos anos (+ ou - nove de alienação) que eu não vivia momentos tão gratificantes como mãe e como mulher.
Explico melhor: como mãe, por estar vivenciando um amadurecimento incrível de meu filho -sofrido, mas lindo - aliado a um amadurecimento meu, como mulher-mãe.
A consciência da alienação está sendo algo tão poderoso, curador e transformador para a minha vida e a de meu filho, como foi poderoso o poder de destruição da alienação por nós vivenciado nestes nove anos.
Experimentem falar do mar para uma pessoa que nunca viu, ouviu ou sentiu o gosto da água salgada do mar. Talvez ela duvide de suas palavras, questione algumas descrições e muito provavelmente NÃO vai conseguir ter nem IDÉIA do que vem a ser o mar.
Assim acontece com a gente... só sentimos o gosto amargo quando provamos dele...
Às vezes até conseguimos ter empatia para com o outro, mas só sentimos mesmo quando acontece conosco.
As vítimas de alienação parental sabem do que eu estou falando, as vítimas de violência intrafamiliar sabem do que estou falando, as vítimas de preconceito sabem do que estou falando, as vítimas de abuso sexual sabem do que estou falando, e podem enumerar por aí uma lista de excluídos de seus direitos humanos que sabem do que estou falando.
Sou mãe

terça-feira, maio 04, 2010

Associação Criança Feliz

Hoje foi oficialmente criada a Associação Criança Feliz.
Grupo de pessoas que lutam pela igualdade parental, pela saúde intrafamiliar, pela boa relação interparental e de pais com filhos.
Obrigada aos colaboradores, ao Sérgio, idealizador deste projeto o qual temos o privilégio de estarmos podendo participar.
Parabéns a todos!
Sou mãe

segunda-feira, maio 03, 2010

Saudade dóí?

Tenho muita saudade do meu filho, é uma saudade doída, daquelas que dói fisicamente, sabe?
Até conhecer a alienação achava que saudade doída era metafórico, poético.
Depois senti no peito a dor nada metafórica da saudade de quem poderia estar ali mas não está.
E não é por falta de amor de mãe para filho ou vice-versa.
É simplesmente por ser muito difícil para um filho alienado ficar com os dois pais numa boa. Um dos dois precisa estar errado para o outro se destacar. Um precisa estar longe para não confundir a cabeça do alienado.
Muitas vezes vi meu filho angustiado, e eu, em uma atitude de mágoa, desespero e desconhecimento do processo de alienação cobrava atitude, comportamento, atenção.
Impossível! Onde há um processo de AP francamente instalado a vítima só vê uma alternativa: ficar do lado do alienador.
É difícil entender, mas agora que eu tenho a possibilidade de contar algumas histórias (minhas e de vocês), posso começar a ajudar a compreender e a lutar contra a AP.

domingo, maio 02, 2010

Diálogo entre Diferentes

Ontem foi o dia do trabalho, e trabalho me lembra negociação trabalhista, acordo (ou desacordo) entre trabalhador e empregador, justiça do trabalho, e outros lances semelhantes.
E me lembra diálogo, algo tão falado e tão pouco exercido. Em família, piorou!
Cada vez temos menos tempo para jogar conversa fora, para ouvir filhos, companheiros, namorados, maridos e esposas, etc.
Tenho esperança, talvez ingênua, eu sei, mas acredito com todas as letras nisso, no diálogo, na negociação. Difícil? Muito. Complicado? Muito. Vontade de chutar o balde? Dá vontade, sim.
Mas, como me disse um amigo: a pior negociação é sempre melhor do que a melhor ação na justiça.
É fácil querer a paz no terreno do vizinho.
E a paz na nossa família, estamos contribuindo para que nossos filhos amem os pais igualmente, compreendendo a diversidade, o "diferente" como está tão em moda hoje em dia falar?
Ou queremos que os nossos filhos entendam as diferenças apenas externas à família?
Se temos dificuldade de ver defeitos semelhantes aos do pai ou da mãe nos nossos filhos, o que vamos esperar que eles façam no futuro? Que não tolerem diferentes modos de pensar, que tenham baixa tolerância a aceitar opiniões diferentes na escola, no trabalho e nos seus relacionamentos futuros.
Igualdade parental... Queremos isso realmente?
Sou mãe

sábado, maio 01, 2010

Preconceito alienante

Sou mãe... alienada... Ops! Pera aí! Não é alienada de louca, aérea, fora da casinha, como a gente ouve informalmente por aí. É alienada de afastada. Sabe quando a gente compra um carro e se diz que o bem está alienado? Pois é, meu bem (filho) foi alienado de mim por um processo difícil de identificar, e por isso tenho me dedicado a informar você filho, você pai, mãe, avô ou avó. Confesso que estou decepcionada com meus amigos e com minha família... Principalmente os mais próximos, aqueles aos quais pedi que depusessem um comentário, um depoimento anônimo, uma palavra apenas. Medo? Receio de se expor? Não estão interessados, tipo "não tô nem aí"? É estranho... Muitos amigos/familiares acompanharam minha tristeza, minha busca por ajuda, ouviram meus choros, minhas perguntas e agora ouço o silêncio. Este blog é para isso, para mostrar também a dificuldade de sermos aceitos enquanto alienados.
Já não chega sofrermos com a AP e vermos os filhos sofrendo, temos que conviver com o preconceito, algo como uma doença que pode pegar, sabe?
Um filho que fica seis meses sem falar com a mãe... (preconceito: o que será que ela fez para o guri fazer isso?)
Uma mãe que não sabe que o filho se mudou com o pai... (preconceito: por que o pai quis esconder a criança, será que ela está perseguindo o pai?)
Um filho que se sente mal por gostar dos dois, pai e mãe... (preconceito: qual o problema da criança gostar só de um? E se um deles não prestar?)
Um filho que deve procurar motivos para evitar conviver com a mãe...(preconceito: e se ela não for boa companhia, qual problema?)
Uma mãe que não pode estar junto em datas importantes como formatura, aniversários, Natal, dia das mães...(preconceito: ih! lá vem ela se queixar. Se o filho está feliz, é o que importa pra uma mãe)
Uma mãe que não participou de decisões como troca de escola...(preconceito: se é para o bem do filho, está reclamando do quê?)
Posso ficar horas listando dificuldades passadas pela AP, mas faço não para ser a vítima da história, mas para que você, pai, mãe, filho, possa conhecer alguns "sintomas" da alienação e possa buscar ajuda o quanto antes.
Sou mãe

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